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Trecho longo do livro "Morte, Pare!"

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  "Levantei-me e andei acelerada até a sala da perita. Diana. Além de ser a única pessoa ali em quem eu podia confiar, ela era a policial que trabalhava há mais tempo na delegacia. Portanto, conhecia Soares de longa data. Perguntei à queima-roupa. — Doutor Mário Soares Guimarães. Você o conhece? É parente do Soares? — É primo e muito amigo dele. Foi o nosso chefe quem pagou a sua faculdade de medicina. Fui à formatura dele e tudo. Você ainda não trabalhava na delegacia, Jane. Por quê você quer saber desse médico? — Vamos almoçar, Diana. — Às onze da manhã? Ficou doida? — É urgente. Você vai entender. Assim que chegamos à rua, pedi que ela me levasse até a corregedoria da polícia civil. — Você não namora um policial de lá, Diana? — Namoro. Um gato. Na verdade ele é o chefão. O Corregedor-Geral de Polícia Civil. — Perfeito! Vou contar tudo a vocês dois. O Corregedor-Geral de Polícia Civil de Fazendão, Doutor Bruno Martins, abriu imediatamente um espaço na sua agenda para nós duas. E...

Entrevista com o Autor Alberto Rocha

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  1. Qnd vc decidiu começar a escrever seus livros? Em 2016, depois de refletir um pouco sobre mim mesmo e como a vida é complicada. 2. A sua profissão tem a ver com a escrita? Não, absolutamente nada. Eu trabalho com automação industrial. 3. Qnts e quais livros vc já escreveu? Até o momento, escrevi 4: A jornada de Guilerme (ainda não publicado); A quarta geração; Cleptópolis e O Reino de Ária: A Sombra e a Espada. 4. Cleptópolis tem vários personagens e núcleos, foi difícil criar todos eles? Compor os personagens foi relativamente fácil, porque eu me inspirei no dia a dia de uma sociedade consumida pela violência e pela hipocrisia. Mas honestamente, acho que dei muito trabalho pra minha revisora.   (Resposta da revisora: deu não rsrs) 5. Nos agradecimentos, você menciona Chico City. Chico Anysio influenciou bastante essa história? Sim. Sou fã do trabalho dele e do seu legado. Um belo dia, eu assisti um podcast onde o entrevistado era o Nizo Neto, filho do Chico Anysio. ...

Trecho do Livro "Cleptópolis"

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  "As noites em Cleptópolis eram cheias de emoções, tudo podia acontecer, e de fato acontecia. Em todos os cantos da cidade, pelas incontáveis ruas mal iluminadas, era possível ver desde carros se mexendo embaixo de alguma árvore ou no final de uma via sem saída, a grupos de pessoas em barzinho bebendo, rindo, gritando ou mesmo indo às vias de fato pelos mais variados motivos. Mas não só de curtição vivia Cleptópolis: crimes aconteciam e muitos, especialmente nos bairros da zona leste e norte. E a mídia marrom se fartava como urubus em cima de carniça, exibindo nos seus jornais impressos fotos de cadáveres ensanguentados, amarrados ou até mesmo mutilados. Alguns alegavam que morria mais gente em Cleptópolis por motivos de violência do que nas cidades mundo afora que estavam em guerra. Todos os dias, a polícia tinha trabalho de sobra, mas recursos adequados para elucidar os crimes, não exatamente, e isso deixava o policial Adalberto revoltado. Quando entrou para a polícia, ele sonh...

Trecho longo do Conto "Aztlan: Cálculo Orbital"

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O jovem arregalou seus expressivos olhos azuis, deveras curioso. Karlwyn sempre se recordava de Dayvir quando o filho fixava aquele olhar brilhante, extremamente vívido. — Seja sincero na sua resposta. O que o atraiu nesse jovem acadêmico Ayndhor? A resposta veio rápida, sem hesitação. — A inteligência, papai! Karlwyn riu. Bastava reparar no entusiasmo tão energético e aberto do filho para saber que era um interesse de outra natureza. — Você não deve mentir para mim. Mentir, quando necessário, para colegas ou até superiores, faz parte dos atributos de um diplomata consciencioso; já lhe expliquei isso. Contudo, eu sou seu genitor e guardião designado. Nossa relação deve ser de aprendizado e verdade. — Oh, papai, está bem. A verdade é que ele é tão lindo! Nunca vi ninguém parecido. Ele se destaca na Academia; é impossível não reparar nele. Karlwyn não mostrou nem surpresa, muito menos contrariedade na expressão. Sua experiência com política o tornara plenamente capaz de ocultar qualquer ...

Trecho do Livro "Estórias de Treva e Luz"

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 "Era um rapaz que gostava das multidões. Faziam-no sorrir, chorar, crescer, cair, amar, detestar, gargalhar, enfim... Viver. Todavia, todos à sua volta começaram a menosprezá-lo tanto, não o aceitavam como era. Diziam ser ele diferente demais. “Fora dos padrões”. Certa vez, depois de ter sido ridicularizado pelos colegas de trabalho, decidiu dar o basta, a partir daquele dia, seria um eremita. Explicou então à única amiga, grande amiga dessas que vêm desde a infância, o porquê de sua decisão: “são homens assim os guardiões de um grande tesouro!”. Contou-lhe então de qual: “são eles os verdadeiros detentores da mais pura sabedoria!”. A garota, espantada, não compreendeu muito bem. Ele continuou: “um eremita é solitário, uma pessoa que se aparta das outras por tempo indefinido, indeterminado, dentro de sua mais sã consciência, embora a sociedade cisme em tachá-lo de diferente, louco. Indiferente a tais pensamentos, para ele demasiado pequenos, sai à busca do sossego, quer viver a s...

Entrevista com a Autora Iná Poggetti (2)

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Vamos conhecer mais um pouco da Iná Poggetti, a Autora do ebook "Volta Pra Mim": 1. De onde veio a inspiração em criar Anton - com a sua insegurança - e Jean - obcecado pela Tôni? Embora você, Cris, tenha identificado como "dorama" meu modo de escrever (com o que concordo com) nunca tinha lido ou visto esse estilo antes. Minha "inspiração", acho eu, é resultado de anos de observação sobre comportamentos e emoções. Meu trabalho é esse ainda hoje. No meu trabalho, sempre investi em esclarecer as origens da insegurança do ser humano e os cenários possíveis que levam uma pessoa a entrar no "modo patológico" quando quer algo, mas não consegue.  Frustração é um item recorrente tanto para os casos de insegurança quanto para a obsessão. Por fim, uma ocorrência que só percebo em sonhos, é o amor "e viveram felizes para sempre", portanto, sempre coloco percalços nos relacionamentos e, sugiro momentos de comunhão. 2. Você tem um site próprio de es...

Trecho do ebook "A Aposta" da Autora Iná Poggetti

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"— Obrigado. Se não nos convidassem, iríamos ficar ofendidos. — diz Dilan. — Imagina, é um prazer tê-los conosco, completa Fatô, já rindo e imaginando o que virá então. Ambos se sentam e pedem também comidas mais refinadas e ficam olhando as moças, sorrindo e conversando. Futilidade é o que não falta, até que Arthuro, com muito pouca delicadeza, entra no assunto chave da situação. — Como vocês pagam essas refeições? Já vimos que foram ao balé. Aquele teatro também não tem ingressos baratos e agora aqui… — Estão nos seguindo? — pergunta Nani, fazendo ares de ofendida. — Sim, quando contratamos alguém, não confiamos em escritórios de agenciamento. Fazemos nossa própria investigação. — Ah, pelo visto são também desocupados, não é? — diz Nani. — Não precisa ofender. Tudo isso é a propósito de nossa própria segurança. — Ah, e querem saber agora, como pagaremos nossas contas? — Sim. Não é óbvio? — Sim, é óbvio. — responde Nani. — Não percebem? Vocês pagarão. — Como assim? — diz Arthuro....