Entrevista com o Autor Marcelo Rodrigues
Hoje vamos conhecer um pouco mais do Autor Marcelo Rodrigues. Formado em Produção Audiovisual, Marcelo tem uma grande admiração por alguns dramaturgos brasileiros e estrangeiros, captando bem a essência dele em seu último livro, "Bodas de Papel". Sem mais delongas, vamos à entrevista!
1. Quantos livros você já escreveu?
O “Bodas de Papel” é o
meu segundo romance, e também o meu segundo livro. “Ladras Lindas Aos Montes”.
o meu techno-thriller de espionagem, que lancei ano passado foi a minha estreia
na literatura. O “Bodas de Papel”, é o segundo.
2. Qual é a sua maior dificuldade ao escrever uma história?
Estruturar, essa é a
minha maior dificuldade. Mesmo sendo formado em Audiovisual e com uma carreira
de diretor e roteirista, demorei a encontrar uma estrutura que funcionasse para
o tipo de histórias que eu escrevo. Por sorte, descobri um livro de Roteiro
chamado “Save the Cat! Goes to the Indies”, escrito pelo roteirista espanhol
Salva Rubio. Foi uma mão na roda, pois descobri como a estrutura poderia se
encaixar no modelo de narrativa que escrevo, onde os conflitos são muito mais
internos, do que propriamente acontecimentos de grande impacto visual.
Agora, falando
especialmente da escrita do “Bodas de Papel”. A maior dificuldade foi dar
nuances ao criar a Carolina, a esposa insatisfeita, mas atrelada ao Miguel, o
narrador do livro. Todos os outros personagens já me acompanham há algum tempo,
ela foi um pouco mais complicado de imprimir na escrita a figura da mulher
emocionalmente dependente do parceiro.
3. Como e quando você
começou a escrever?
Eu escrevo desde que
comecei a escrever propriamente. Sempre foi algo natural, assim como um
pianista toca piano desde cedo, ou um jogador de futebol. Alguns jogam ou
desenham, eu escrevo. Sempre fui um leitor inveterado, e muito criativo, então,
a escrita foi sempre o passo à frente para dar asas à imaginação.
4. Você teve ou tem algum
apoio na escrita? (Amigos, parentes, etc)
Tive o apoio
incondicional da minha mãe, Anaete, ela é uma grande parceira e me apoia em
tudo. Inclusive o apoio dela foi fundamental para que pudesse terminar o livro
a tempo de inscrever no Prêmio Kindle.
5. Você é tão jovem...
como conheceu as obras de Manoel Carlos e Nelson Rodrigues?
As novelas do Maneco fazem parte da minha formação. Desde Laços de Família, eu tenho flashes da primeira exibição em 2000. Logo depois, eu lembro de ter assistido “História de Amor e Por Amor”, que foram exibidas em sequência no Vale a Pena Ver de Novo em 2002. Lembro do impacto que a troca dos Bebês teve. Desde então, eu assisti quase todas que foram exibidas ou estão disponíveis no streaming. Me encanta a forma como ele aborda o cotidiano, os conflitos humanos, familiares, com uma naturalidade que faz que a gente se identifique. Manoel Carlos me moldou, tanto quanto espectador, tanto quanto artista, graças a ele, descobri que tenho prazer de escrever sobre pessoas, suas jornadas e suas relações.
O caso do Nelson é mais recente. Eu tenho um histórico teatral, e sou curioso, o que me fez cair na obra dele, claro, ajudou o fato de que ele assim como eu, era tricolor.
Mas voltando ao assunto,
desde o meu primeiro curta, colocar referências de obras, sejam elas teatrais,
filmes, música, é uma coisa que eu gosto de fazer. Como a Patrícia, uma das
protagonistas é atriz, eu precisava de uma peça para ela encenar na história,
para fazer essa metalinguagem, e que fosse de encontro com o tema do livro.
Lembrei de “A Serpente”, a última peça do Nelson, que aborda justamente essa
abertura de relação, e os sentimentos conflitantes que uma decisão dessas
acarreta.
6. Em quanto tempo você
escreveu "Bodas de Papel"?
O processo de escrita se deu em aproximadamente dois meses. Mas antes, eu gastei tinta, como se diz. Assisti muitas obras de referência, filmes e séries sobre relacionamento. Aí depois, quando eu já estava impregnado desse universo, eu escrevi um argumento e estruturei usando a técnica do Beat Sheet, popularizada pelo Blake Snyder e demais livros do Save The Cat.
A mesma técnica que uso
para meus filmes, apliquei a escrita do romance.
7. De onde surgiu a ideia
de escrever sobre casais com relacionamentos em crise?
Aos 15 anos. Tinha 15
anos quando tive a primeira ideia de uma narrativa, mais seriada. E era
justamente esse plot da mulher, que ao descobrir uma relação extraconjugal do
marido, resolve dar o troco e se redescobre enquanto mulher nessa jornada.
Na faculdade, eu descobri
que eu tenho mão para escrever diálogos, e como já falei, sempre gostei dessas
narrativas humanas, de cotidiano, me encontrei nesse estilo. Gosto desses
dramas mais íntimos, onde os personagens se desnudam emocionalmente. Conflitos
de casais, pais e filhos, amigos, etc. O ponto definitivo, foi que “Mulheres
Apaixonadas” foi exibida no Viva. E ela é um grande drama de DR do fim do amor,
né?
O Conflito dessa Helena(Christiane Torloni) é esse, e ela tem grandes embates de DR com o personagem do Tony Ramos. Foi assim, assistindo a Mulheres Apaixonadas” no meio de uma cena de DR dos dois, que essa ideia veio com força. Como podem ver, o Manoel Carlos é uma grande referência, até a escolha de Búzios para ambientar a trama se deve a ele. Demorei dois anos planejando cada detalhe, Curiosamente, quando rolou essa oportunidade de inscrever no Prêmio Kindle, a novela está sendo exibida mais uma vez no “Vale a Pena Ver de Novo”. Sincronicidade pura, não acredito em coincidências.
Bem, a gente fica por aqui, desejo sucesso ao Autor!
Lembrando que "Bodas de Papel" está concorrendo ao Prêmio Kindle de Literatura 2023.
Conheça mais das obras do Autor na sua Bio da Amazon:
Assista também ao vídeo sobre o livro "Bodas de Papel" no meu Canal:
https://www.youtube.com/watch?v=oET13LwsYsI
Amei a entrevista 👏👏👏
ResponderExcluirGratidão.
ExcluirSucesso ao autor! Ótima entrevista!
ResponderExcluirMuito Obrigado. Foi uma entrevista, assim como o livro, feita totalmente de coração.
Excluir