Trechos de "Onde As Raízes Estão" da Autora Monica Heinen

 


"(...) Um pouco mais de 6 anos se passaram e, então, as coisas começaram a mudar de rumo. Era um tempo em que muitas mudanças aconteciam, já começando por Manuel, que, certa vez, chegou do trabalho acompanhado de uma mulher muito bonita, de cabelos curtos e bem-penteados, maquiagem pesada, olhar frio e semblante autoritário. 

    Ela caminhava pela casa vestida em seu costume branco, de calça e blusa de mangas longas, e observava tudo ao seu redor de forma crítica, mantendo-se o tempo todo calada, quase que ignorando a presença das crianças. Enquanto isso, o pai informava a todos que o nome dela era Eugênia e que, a partir de então, ela passaria a viver com eles e seria a nova mãe. As crianças deveriam aceitar a nova constelação familiar e respeitá-la como tal. Esta era uma situação normal na época. 

    As crianças nunca retrucavam ou colocavam em dúvida a palavra do pai, que era o senhor da casa. As novas informações eram, na verdade, regras de uma lei que ele mesmo aprovou. Eugênia se instalou rápido na casa e, pouco tempo depois, casou-se com Manuel. Trouxe consigo seu filho, que era um rapazinho de 15 anos de idade, o qual mais tarde foi adotado por Manuel. Jorge era um playboy mimado com mania de grandeza. 

    Achava que podia dominar a todos e envolvia-se sempre em encrencas. No entanto sua mãe, com a ajuda de algumas pessoas que deviam favores a ela, acabava por salvá-lo constantemente de uma possível estadia na cadeia. 

    Não demorou muito até que Eugênia tomasse suas primeiras decisões: primeiramente, separou a casa em duas partes, fechando a passagem que existia entre a sala e cozinha, deixando claro que a presença de Tereza e a de Beatriz a incomodavam muito; depois, informou que já havia decidido que Dona Tereza e sua filha Beatriz não eram mais “necessárias”, de modo que elas teriam, então, três meses para acertarem suas vidas e deixarem a casa. 

    Todos esses acontecimentos deixaram Tereza muito triste e desapontada, muito mais ainda com a atitude indiferente do filho, que permitia tudo acontecer sem dizer nada. Agia de forma muito ingrata, o que provocava cicatrizes fundas em Tereza. Beatriz sofreu muito também por ter que deixar as crianças para trás, contudo só restava mesmo partir — e a única coisa boa nisto seria o fato de que ela ficaria livre de Manuel. Tereza teria que novamente dizer adeus e seguir com o coração na mão, deixando seus “Imbuzinhos”, como ela carinhosamente chamava os netos, nas mãos de uma pessoa estranha. Cora era a mais corajosa dos três filhos de Generosa. 

    Por ser muito apegada à avó, queria ir embora com ela: bateu o pé, brigou, esperneou e acabou por conseguir o que queria. Ela sabia ser muito convincente! Isso não incomodou Eugênia de verdade, pois ela deixou bem claro que os filhos de Generosa não eram problema dela! Sem a avó, sem a tia e sem a “intrometida” da Cora, tudo estava caminhando para o destino desejado. Para que seus planos dessem certo, a próxima etapa a vencer seria tirar Manuel do caminho, pois os outros dois filhos não eram realmente um problema muito difícil de se resolver! As crianças, então, perderam mais uma vez uma pessoa querida. No caso, duas pessoas que eram muito importantes para elas. Sentiam-se jogadas num canto, como se não tivessem importância alguma para ninguém! 

    Com o tempo, parecia que as crianças se ajustavam às circunstâncias por pura necessidade de adaptação.(...)"


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