A escrita de "Harry Potter"

 

Começo o artigo fazendo algumas observações:

Não vou falar sobre as supostas falas transfóbicas dela e nem seu cancelamento, atenho-me ao conteúdo literário;

Sou fã do trabalho dela, porém, assim como qualquer outra pessoa que admiro, não fecho os olhos às "imperfeições";

Existem outros best-sellers com estes mesmos "poréns" mas eu tinha que escolher um para dar como exemplo aqui, então, escolhi o dela.

 

ATENÇÃO: Este artigo tem muitos spoilers (nem sei mais se são, nesta altura do "campeonato"). Dito isso, vamos lá.

 

Acho que não preciso apresentar esta autora para vocês. Quem ainda não conhece Harry Potter, deve ter vivido em uma caverna nos últimos 25 anos. Sem dúvida, é um sucesso de público até hoje.

Maaas, se a gente analisar a escrita destes livros tecnicamente... Bem...

1.                  Eles têm personagens e motivações rasas: Não existe complexidade neles, são simples e até clichês. Um herói chatinho, sofrido, que supera dificuldades, que recusa-se a ser o "escolhido" blábláblá; Um melhor amigo meio atrapalhado e até certo ponto, invejoso; Uma melhor amiga metida a sabichona e se achando; Um mentor que lá pelas tantas sacrifica-se pelo herói; Um vilão que, inicialmente, só por birra, quer dominar uma escola (oi?).

Enfim, não há grandes emoções e sentimentos nos personagens. O único que deu um show foi Alan Rickman, o Severo Snape dos filmes. Mas não vale, né? A gente está falando dos livros e lá, nem o personagem dele se salva.

2.                 A frase "seus olhos parecem com os da sua mãe" é tão repetitiva, que no filme, o próprio Harry já termina esta frase de alguém que mencionou isso pela centésima vez.

3.                 Não existem grandes surpresas na história. Até o Harry ser uma horcrux é algo que já havia sido insinuado desde o início.

 

Nem tentativas de suspense entre um capítulo e outro existem para que faça o leitor continuar lendo. Em resumo, é uma escrita muito comum.

 

Mas por que tanto sucesso? A criação de um mundo totalmente próprio (apesar de algumas acusações de plágio) bem detalhista tanto nos cenários (quem nunca sonhou em estudar em Hogwarts?) quanto nos seres que aparecem em cada página, acredito que isso foi o seu diferencial.

 

“Tá, mas onde você quer chegar?” O que eu quero dizer é que os autores devem valorizar mais o contar e a história dentro do seu mundo do que correr em busca da técnica de escrita perfeita.

E não é só eu que falo isto, assista a entrevistas de best-sellers. Todos, sem exceção, falam para simplesmente... escrever.

Escrever vai fazer o autor evoluir... Quem nunca comparou o próprio texto do início de carreira? Às vezes, dá até vergonha alheia.

Porém, você vê a evolução com o passar dos anos. É só e somente treinar.

 

E leia... leia muito! A leitura desenvolve a criatividade e a construção da história do seu próximo livro.