Entrevista com a Autora Terezinha Malaquias

 






1. Pode contar um pouco sobre como você foi morar na Alemanha?

Vim parar aqui assim como a maioria das pessoas que eu conheço vêm, foi por amor ao meu marido. Ele é alemão e nós nos conhecemos no Brasil. Depois de quase três anos eu vindo para a Alemanha e ele indo para o Brasil, resolvemos nos casar.

Bom, o tempo está passando muito rápido. Estou aqui em Freiburg há anos. Felizmente moro na cidade mais ensolarada do país.

 

2. Quando começou a sua paixão pela Arte?

Começou quando eu era criança. Nasci com desejo e necessidade de arte. Com apenas cinco anos, eu dizia para a minha mãe e o meu pai que eu queria ser artista quando crescesse. E que a nossa família deveria mudar-se para São Paulo, Capital, para que eu realizasse o meu sonho. Queria ser cantora. A arte já falava comigo desde muito cedo.

 

3. No livro você fala da gentileza entre vizinhos, o que contradiz com a imagem que nós, brasileiros, temos dos europeus (parecem ser mais distantes, frios). Você acha que isso é um erro nosso ou você teve sorte em ter vizinhos assim?

Eu penso ser muito complicado quando a gente generaliza ao falar de um povo e da sua cultura. Essa pergunta é extremamente delicada e, sinceramente, não sei te responder até que ponto é verdadeiro ou não. Mas pensando rapidamente, acredito que têm europeus mais distantes e frios, assim como têm brasileiras/brasileiros. Penso que em todas as culturas têm pessoas mais ou menos frias. Tive sim sorte de ter boas vizinhas/bons vizinhos. Lamentavelmente, a melhor vizinha que me inspirou a escrever dois contos e crônicas, faleceu em 2022. Felizmente a neta que já morava com ela continua no apartamento. A neta, assim como a avó, é muito gentil e de confiança. Minha mãe dizia que ter uma boa vizinhança é sorte. Creio que sim. Pois é, eu tenho sorte.

 

4.Como é a Arte na Alemanha? Poderia fazer uma comparação com a Arte brasileira?

 

Arte é arte em qualquer lugar, na minha opinião. Não vou correr o risco de fazer comparações porque penso ser extremamente perigoso. Assim como no Brasil, a arte é tão importante quanto aqui na Alemanha. Assim como no Brasil, artistas têm dificuldades de viver de arte e literatura. Talvez esse problema seja mundial, infelizmente. Tem muita gente incrível, talentosa no Brasil e aqui fazendo Arte por amor, porque não consegue fazer outra coisa, porque assim como eu, tem essa necessidade de Arte. E essas pessoas passam a vida no anonimato, nunca chegam a ser conhecidas pelo grande público. Não significa de modo algum que fazem um trabalho ruim. Na verdade, poucas pessoas conseguem ser conhecidas pelo grande público. E isso não significa ter mais ou menos talento. Pessoalmente faço arte e literatura para atender a minha missão de vida. A minha escolha foi e será sempre pela Arte. Faço Arte principalmente para mim. Naturalmente, fico muito feliz e grata quando o que eu produzo dialoga com a outra pessoa e desperta nela interesse em conhecer mais sobre mim e a minha obra.

 

5.Você tem algum projeto futuro?

 

Sim, sempre tenho vários projetos. Trabalho muito, todos os dias, sou incansável, produzo diariamente. Quer seja textos literários ou artes visuais. Trabalho com diversas linguagens. Desejo num futuro muito em breve levar alguns textos meus para o audiovisual. Esse é um sonho de alguns anos já. Esse ano, comecei a dar vida à ele. Uma pessoa que eu entrei em contato para uma parceria de trabalho, já fez inclusive o roteiro do meu texto: “Bordados da Memória”. Quero muito ver se concretizar em vídeos e, que muitas pessoas possam assistir. Tenho trabalhado com os temas essência, existência, visibilidade, olhar interno que desperta, aflora.

 

6. Acredito que muitos têm essa curiosidade. O que significa a palavra "banzo"?

 

“Banzo” significa “saudade”, “dor do lar”. Os escravizados e as escravizadas sofreram desse sentimento, durante muitos anos, muitas décadas no processo de escravização.

 

Finalizamos mais um entrevista e agradeço muito a disponibilidade para este bate-papo rápido, Terezinha!

 

Muito obrigada!

 

Se você ainda não conhece o livro “Banzo e Afetos” de Terezinha Malaquias, convido você a conhecer agora. Seja em formato digital ou físico, não deixe de lê-lo:

Sinopse:

Em Banzo e Afetos, Terezinha Malaquias nos brinda com relatos e pensamentos que nos conduzem por uma atmosfera de aconchego. Passando por temas como a pandemia e suas consequências na sociedade, o papel amoroso que a comida representa em nossas vidas, o poder das memórias afetivas, a vida fora do Brasil e a nossa necessidade de amar, o livro nos remete aos bons sentimentos que nos permitem experimentar o carinho e afeto que, às vezes, faltam na nossa vida cotidiana. Banzo e Afetos é um bálsamo para as angústias mais recentes de todos nós e convida-nos a refletir sobre como podemos alcançar um mundo mais igualitário e humanizado.

O livro está disponível aqui: https://linktr.ee/terezinhamalaquias?fbclid=IwY2xjawEI2_JleHRuA2FlbQIxMAABHQi1l6kD67OUgl3egTGHzQ5wAWNM9nnqKGfqk_PconHmb6Z-9grvPtE5cg_aem_dzN2ED60zAfvhipb8XuXRw

 

 

 

 

Comentários

  1. Eu gostei muito da entrevista. Só tenho a agradecer pela oportunidade. Parabéns e muito sucesso para você.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Entrevista com o Autor Leonardo Bonomini

Entrevista com o Autor Israel de Oliveira Costa

Já leu "Mãe, Virei Best-Seller!" da Autora Sandra Alves?